A partir de Outubro de 1895 inicia-se um período de dependência municipal relativamente a Aldeia galega por parte do Concelho de Alcochete. Podemos mesmo afirmar que esta dependência administrativa deu inicio aos sentimentos de insubmissão por parte das populações do concelho extinto, acicatando o conceito de identidade municipal, fortalecendo-se com o tempo.
Foi através do decreto divulgado por D. João Pereira Coutinho: que a restauração do concelho chegou finalmente.
A 15 de Janeiro de 1898 dá-se a publicação em Diário de Governo, Alcochete voltava a Concelho.
A 25 de Janeiro na presença da autoridade administrativa do concelho – D. João Pacheco Pereira Coutinho e vogais nomeados para a Comissão, são eleitos o Presidente, D. António Luís Pereira Coutinho, o Vice-Presidente, José Luís da Cruz e os restantes vogais, Augusto Monteiro Forte, António Luís Nunes Júnior e João Baptista Lopes.
Presentemente, a “insubmissão” faz-se sentir não á Aldeia Galega, mas sim á sensação de letargia e estagnação a toda a latitude do Concelho.
Estamos perante um Concelho dotado de recursos únicos em quase todas as áreas (turismo, industria, agricultura, etc…); mas inversamente a estas condições “abençoadas”, é um Concelho medíocre nos padrões de desenvolvimento que a sua população aspira.
Este padrão e desígnio prende-se com a ideologia política vigente que como um cancro, suga quaisquer esboço de sair deste paradigma.
Este padrão e desígnio prende-se com a ideologia política vigente que como um cancro, suga quaisquer esboço de sair deste paradigma.
Chegamos a um patamar onde por “esquematização e banalização” o baixar de expectativas e exigências, e a auto-justificação “amplamente interiorizada” como procedimento normal para a quebra perpetuada da aspiração a “algo melhor”. Estamos a falar de um fenómeno endémico e largamente implementado no tecido social, empresarial.
Portugal no presente percorre o “caminho das pedras” e entranha-se na consciência a necessidade de mudar o sentido e mudar como caminhamos. As crises obrigam a reformas e as vozes de gente desesperançada ouvem-se mais alto. A boa nova, não será desta vez trazida por D. João Pereira Coutinho…
Surge também uma geração que acorda violentamente para a realidade bem diferente daquela que os seus pais lhes anunciaram e na procura de responsabilidades descobrem-se os mesmos; os das promessas e afinal das mentiras.
Podemos distribuir as culpas pela conjuntura internacional, ou pelos mercados desregulados, mas certamente que atribuiremos muitas das culpas á incompetência, incúria e corrupção de muitos políticos e gestores públicos que lideraram políticas erróneas, erradas ou pautadas por ausência de valores fundamentais.
É desta pirâmide de “desalinhados” com o sistema que pode partir a restauração …dos valores, sistema esse onde perdem automaticamente o direito de se “bater de igual para igual” em temas que muitas vezes têm mais competência que as organizações que constantemente terminam esses processos em vantagem dos demais, independentemente do seu real valor; ocorrendo o normal processo de “aculturação” ao sistema endémico ou ao desaparecimento de organizações de valor de inegável.
“O Futuro dependerá daquilo que fazemos no Presente”.
Orlando Veríssimo Lopes Rubio
Presidente Concelhia CDS-PP Alcochete
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