Obrigatório PENSAR

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Resumo Assembleia Municipal de 30/10/2014


Resumo Assembleia Municipal  de 30/10/2014


Reuniu na passada quinta feira, 30 de Outubro, em sessão extraordinária a Assembleia Municipal de Alcochete, tendo sido discutidos e votados dois pontos: 

  • Uma Moção aresentada pela CDU/PEV, subordinada ao tema “Água – Um bem para todos” 
  • Autorização para a Contracção de Empréstimo de Médio e Longo Prazo no âmbito do Programa de Saneamento Financeiro.


Relativamente ao primeiro ponto, apresentou a bancada do CDS-PP de Alcochete, a seguinte declaração de voto:

“Não é só o executivo municipal, mas também o CDS-PP de Alcochete e os seus eleitos que defende e reconhece a Água como um bem público essencial de responsabilidade colectiva competindo ao Estado assegurar a universalização da prestação de serviço de abastecimento de água, evitando a marginalização de populações mais desfavorecidas, quer naquelas que são as suas condições de vida, quer naquelas que são ditadas pela sua localização geográfica.

Para tanto, é necessária a definição de uma adequada política de financiamento global, que tenha em conta não só o custo de investimento e os encargos de exploração e manutenção dos sistemas de existentes, mas também a necessidade da sua expansão e reabilitação, passando pela definição e acompanhamento de uma política tarifária que não pode deixar de ter em conta nem a necessidade de geração de fundos indispensáveis à garantia da qualidade do serviço a prestar, nem a sua dimensão social. Em resumo, tem de ser tida em conta a distinta natureza das diferentes funções e utilizações da água, que fazem apelo a diferentes valores e para os quais têm de ser definidas prioridades, direitos e critérios de gestão distintos.

Por concordarmos que a água é um bem público e essencial, votamos favoravelmente a moção apresentada; Contudo, não podemos deixar de frisar que esta questão tem de ser tratada de forma séria, independente e responsável, sendo um assunto que não permite quaisquer formas de aproveitamento político, e por isso não concordamos com a parte da mesma moção em que se afirma que “o actual governo PSD/CDS-PP, através de eufemismos linguísticos e políticas dissimuladas, tem procurado encobrir e negar as suas reais intenções.”

Aquilo que é apelidado no documento de “eufemismos linguísticos”, é na verdade um exercício de interpretação jurídica, que não está ao alcance de muitos actores políticos não por incapacidade, mas por uma intencional vontade de subverter a real intenção do legislador.

A privatização do sector da Água, tal como é apresentada, não resulta da letra da lei, nomeadamente da Lei n.º 35/2013, de 11/06, que por sua vez alterou e republicou a Lei n.º 88-A/97, de 25/07, uma vez que no n.º 6 do seu Art. 1º, abre a possibilidade de subconcessão a privados, o que implica, a existência prévia de uma concessão, e de entidade concedente, que terá sempre a intervenção do Estado, através de capitais públicos, facto que assegura a prossecução do interesse colectivo, uma vez que continua a ser o Estado a definir e a assegurar que a água é e continuará a ser um bem público.

Assim, esta bancada vota a favor da moção apresentada, reafirmando a Água como bem público essencial, estando o CDS-PP de Alcochete, como Direita democrática e Patriótica que assume ser, sempre ao lado da melhor opção para servir os interesses de Alcochete e de Portugal.


No que respeita ao segundo ponto, foram apontados pela bancada do CDS-PP os pontos essenciais, para além de outros já elencados em sessões  anteriores, que conduziram à situação económica e financeira do Município e que justificaram este pedido de financiamento:

-  Falta de medidas para desenvolver e dinamizar zonas de desenvolvimento industrial;
- Falta de iniciativas tendentes à interligação entre politécnicos da Região, em articulação com o meio empresarial, para a criação de sinergias;
-  Ausência de um maior envolvimento dos cidadãos, as empresas e as associações na gestão do Município, através de orçamentos participativos;
- Ausência de medidas de modernização administrativa, tendente à redução de custos quando poderiam ter recorrido, por exemplo, no ano de 2014, a uma dotação orçamental específica para o efeito, criada pela Portaria n.º 213/2014, de 15/10;
- Ausência de candidaturas a programas de distribuição gratuita de fruta e hortícolas, e ao invés disso, gastaram em 2014, € 6.487,20 na celebração de um ajuste directo para a  aquisição de géneros alimentícios, nomeadamente, hortícolas (de referir que foram celebrados pela CMA, de 25/05/2012 a 10/03/2013 7 ajustes directos para este fim, num total de € 36.500,00/ano);

Foi ainda referido pela bancada do CDS-PP, durante a discussão deste ponto, o agitar de bandeiras de investimento cuja origem não é única e exclusivamente os cofres do Município; São elas a obra da Frente Ribeirinha, cujo investimento proclamado foi de quase 2 milhões de euros, quando na verdade o Município obteve comparticipação de fundos comunitários no montante de € 1.500.000,00, e a construção do Centro Escolar de São Francisco, que obteve igualmente uma comparticipação via QREN, no valor de € 736.036,44.


Ainda bem que não se acabou com o Euro, tal como alguma esquerda preconiza ...

Face a tudo isto, e às medidas que se propõem no PSF apresentado, teremos nos tempos mais próximo Alcochete atada de pés e mão, sem qualquer investimento no horizonte, uma vez que os investimentos estruturais nos quais a Autarquia conta com a alavanca do QREN não vão acontecer, face ao nível de endividamento a que se chegou, pois quaisquer projectos a que se candidate não são comparticipados a 100%, cabendo sempre uma parte ao beneficiário.
Ainda assim, e por sabermos que o problema financeiro de Alcochete precisa ser resolvido, reconhecemos a necessidade de viabilizar o plano apresentado, cujo cumprimento rigoroso exigimos, não só porque decorre da Lei, mas também por uma questão de princípios e honestidade para com a população de Alcochete.

Nestes termos, foi apresentada pela bancada do CDS-PP a seguinte declaração de voto:

A bancada do CDS-PP de Alcohete lamenta profundamente a situação económica e financeira em que o Município se encontra, consequência de anos consecutivos de má gestão, evidente na ausência de medidas de ajustamento da despesa e optimizadoras da eficácia dos recursos existentes.  

Pelo facto de o País ter estado até há bem pouco tempo sob resgate financeiro, situação que deixará as suas marcas durante largos anos, não nos parece contudo justo que, a acrescer a tudo isto, se vejam agora os alcochetanos sujeitos a mais um resgate, desta feita a nível local.

Por encararmos o futuro dos Alcochetanos com sentido de responsabilidade, viabilizaremos a contracção deste empréstimo, votando a favor da proposta apresentada, exigindo áqueles que têm a obrigação e o dever de, na posse deste empréstimo, tudo fazer para devolver o bom nome e a dignidade a este Município, participando de forma activa no seu crescimento económico, devolvendo à população de Alcochete as condições de vida que merecem.


Para tanto, contamos, queremos e exigimos não só porque a legislação o obriga, mas por uma questão de princípios e de honestidade para com a população de Alcochete, o cumprimento escrupuloso do Plano de Saneamento Financeiro, pugnando igualmente esta bancada pela adopção de medidas que garantam no futuro que este Município não volte a viver situação de tão grande gravidade”.





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