Obrigatório PENSAR

Obrigatório PENSAR

sábado, 3 de janeiro de 2015

2015 - AFIRMAR O CDS-PP


Mais uma vez vai o povo português eleger os seus representantes através de Eleições Legislativas a realizar em 2015.

Estas eleições revestem-se de especial importância não só pelo facto de serem as primeiras após um período de três anos de resgate financeiro a que Portugal esteve sujeito e consequente perda de soberania cujas consequências se fazem ainda sentir de forma violenta no dia-a-dia das famílias portuguesas e que se perdurarão por muitos e bons anos.
Para além desta importância revestem-se ainda de especial valor para os portugueses porquanto se decidirá quem, a partir da libertação do país da troika e readquirida a capacidade de decisão e gestão, tem o dever e a obrigação de conduzir os destinos do País de forma séria, honesta e responsável, garantindo o cumprimento dos compromissos assumidos por um País outrora resgatado e garantindo também que uma situação de tão forte embaraço e vergonha Nacionais não volte a ocorrer e, tudo isto envolto num clima de esperança e fé no futuro.

É nesta conjuntura, por um lado, com um passado recente repleto de sacrifícios cuja governação foi conduzida sob a batuta de organizações estrangeiras e por outro, de fé e esperança no futuro que o CDS-PP tem que afirmar o seu posicionamento politico e de forma clara apresentar um projecto para Portugal.

Aliás seria de todo incompreensível que, depois da demonstração de Grande Patriotismo, sentido de Estado e coragem evidenciados pelo partido ao disponibilizar-se com todas as suas energias e competências para devolver ao País a sua dignidade e autonomia, vivendo com uma herança para a qual nada tinha contribuído, tendo desenvolvido um amplo e reconhecido trabalho através dos seus Ministros e Secretários de Estado, agora não fosse capaz de apresentar aos portugueses um projecto credível de crescimento e inequívoca melhoria das condições de vida dos portugueses.

 

É chegada a hora de, sem receios e de forma inequívoca, o CDS-PP lutar e conquistar o seu espaço politico que, desde a sua fundação ainda hoje não foi capaz de ocupar limitando-se a “vaguear” num espaço ideologicamente pouco claro e que em quase nada se diferencia dos sociais-democratas que por sua vez se misturam com os socialistas que, pese embora pensem à esquerda, quando governam, o fazem ao centro.

O CDS vive desde a sua fundação, talvez pela forma tardia como ocorreu, o que aliás viria a proporcionar desde logo ao PPD a ocupação de espaço politico à direita, bem como o facto de a mesma resultar da insistência de elementos das Forças Armadas, uma dificuldade em conseguir afirmar-se como partido de direita e fazer chegar aos portugueses a sua mensagem ideológica.

O facto de se auto-afirmar como “partido centrista” e com o objectivo inequívoco de contribuir para uma sociedade mais justa onde não houvessem discriminações nem privilégios, já na altura o levou a ser considerado por parte do PPD como um partido cuja utilidade seria apenas a de cobrir o seu flanco mais à direita.

Mais tarde em 1978 formando um Governo com o PS viu o CDS aumentar, é um facto, a sua respeitabilidade e credibilidade como partido de governação mas pagou o preço da instabilidade e apreensão que tal facto causou nas suas bases e até mesmo o afastamento por parte de confederações de agricultores e industriais.

Viu ainda o CDS, mais tarde e no tempo da AD (1979-1983) a sua capacidade de afirmação mais uma vez reduzida e comprimida pelo facto de, desta vez se ver confrontado também com o papel do PPM na referida aliança.
Mesmo assim, o CDS não foi capaz de, mais tarde, capitalizar esta experiência, recuperando a sua posição nem mesmo quando o PSD vivia um período de maior afinidade politica com o PS.

Passou ainda o Partido pela alteração de denominação (CDS-PP) num desejo e ambição de renovação e mudança tendo mesmo para isso elaborado um novo programa, programa esse que visava garantir a ocupação do espaço político do centro para a direita. Um programa que entre outras coisas defendia a diminuição da intervenção do Estado a favor da iniciativa privada e levava o CDS-PP a afirmar-se como partido naturalmente ecológico e dos agricultores.



Não foi ainda esta afirmação populista consubstanciada em campanhas também elas populistas e ataques ao “laranjismo” da altura e que abrigava (já na época era assim) os novos-ricos e oportunistas quer da nossa classe civil quer partidária, que permitiu ao CDS-PP conquistar o seu lugar na sociedade portuguesa.

Assim tem sido a história do CDS-PP, com algumas vitórias eleitorais, que o levaram mesmo a ocupar lugares na governação de Portugal mas sempre em coligação, ora com sucessos ora com insucessos eleitorais e com consequentes mudanças na sua liderança mas sempre com a incapacidade de, definitivamente se afirmar como partido de Direita e de Governo, e que nos leva até aos tempos mais recentes e que actualmente vivemos.
São estes tempos recentes que mais uma vez chamaram o CDS-PP à governação e em coligação, desta feita para, como é sobejamente conhecido, lidar com uma situação de falência económica do País e de resgate.

Como já foi dito, o sentido patriótico esteve e está vincadamente presente na situação de crise que atravessámos mas no entanto, será tal facto suficiente para o CDS-PP em definitivo ocupar a posição que entendemos ser sua por direito e de afirmação da sua personalidade politica?
Não cremos que assim seja, não vemos suficiente e justamente valorizado o trabalho que nos últimos três anos tem vindo a ser desenvolvido pelos nossos membros do Governo, situação que em paralelo deveria permitir a afirmação dos valores do Partido, sejam eles políticos, éticos, sociais ou económicos.

Assistiu-se sim a uma timidez e quase que uma subjugação do CDS-PP ao seu parceiro de coligação que parece apostado, seguindo aqui aquilo que tem feito ao longo da história, em desvalorizar ou encobrir aquele que realmente tem sido o valor do empenho e trabalho demonstrado pelo CDS-PP neste Governo.
Basta talvez recuar um pouco no tempo e observarmos a forma como foi conduzida a campanha eleitoral das últimas eleições europeias para vermos a quase tábua rasa que foi feita desse trabalho e a forma como tudo foi conduzido em torno do PSD ou em alternativa em ataques ao PS.


Podemos ainda pensar nos diversos desentendimentos dentro do governo e respectivos partidos a propósito de questões que nos são tão caras como as de carácter social ou económico e que levaram sempre a cedências por parte do Partido e à tomada de medidas erradas ou tímidas e cuja responsabilidade, essa sim é repartida de forma equitativa entre os dois partidos da coligação e isto para não falarmos daquela que foi para nós a grande vergonha de ver chamar a si pelo PSD a bandeira da natalidade.
A par destas situações “curiosas” ou até mesmo “caricatas” há que mais uma vez enaltecer não só o sucesso obtido pelos nossos governantes, alcançado sobre alicerces muito fortes de boa gestão e transparência.

É nesta forma de estar e fazer politica que nos revemos e não naquela que, uma boa parte da nossa classe politica opta por seguir numa clara satisfação e defesa de interesses de grupos cujos valores se assim se podem chamar em nada servem Portugal ou se enquadram Naqueles que são os do CDS-PP.

Queremos um partido sólido, de personalidade vincada, um partido que faça da coragem o seu mote principal para defender os seus valores, um partido que não viva na sombra de outros partidos, um partido que valorize o seu trabalho e dos seus membros e que disso dê conta ao País e aos Portugueses, por fim um partido que não tenha medo nem receio de se apresentar a eleições sem ser coligado, com a capacidade e humildade de aceitar os resultados das escolhas do Povo Português e daí saber tirar, mas só daí, as conclusões necessárias e se for caso disso, responder de forma positiva ao apelo que lhe tiver sido dirigido.


Sem comentários:

Enviar um comentário