Obrigatório PENSAR

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domingo, 25 de janeiro de 2015

Quando a incapacidade de Gestão se torna inegável ..




Link - Lista das Entidades Inscritas

Link - MEDIDAS ADICIONAIS DE APOIO EXCECIONAL E TEMPORÁRIO AOS PRODUTORES DE CERTOS FRUTOS E PRODUTOS HORTÍCOLAS.

 Artigo - Vera Alves

É muito provável que o cidadão comum desconheça os grandes objectivos dos apoios à agricultura. O que retemos facilmente é que em cada nova Politica Agrícola Comum negociada com a Comunidade, Portugal recebe uma quantia gorda para distribuir por este sector de actividade., sem igual para qualquer outro. A comunicação social em geral não aborda estas questões com profundidade. Contudo quem tem responsabilidades de gerir os destinos de uma população marcadamente rural não pode alhear-se e descartar este conhecimento.

É importante difundir pela população em geral que os mecanismos dos apoios à agricultura permitem, através de sistemas de financiamento, controlar a produção, prevenindo excessos de produtos e baixas de preço e consequente redução de rendimentos dos agricultores e ainda, por contrapartida exigir qualidade e segurança alimentar para os produtos que chegam ao mercado.

Os agricultores e produtores pecuários estão obrigados a exigências múltiplas e controlos rigorosos devido ao tipo de produção que fazem; a nossa alimentação. Este conhecimento deveria pertencer ao senso comum.

Nos últimos anos e resultado da gestão rigorosa e dinâmica desta Ministra da Agricultura, a Dr.ª Assunção Cristas, assistimos a um significativo desenvolvimento deste sector com um crescimento estruturado, nos domínios económico e social, muito relevante. A competente negociação das politicas e dos envelopes financeiros acompanhados dessa gestão rigorosa produziram resultados nunca antes vistos. Os agentes económicos têm testemunhado isto mesmo.

Como exemplo destes mecanismos veja-se a decisão da Comissão Europeia de apoiar financeiramente os produtores de frutas e hortícolas devido ao embargo da Rússia na importação de produtos oriundos da comunidade que também abrange os produtores portugueses.
As organizações de produtores recebem um apoio financeiro pelas quantidades retiradas do mercado e comunicadas ao Ministério da Agricultura e disponibilizam-se para entregas gratuitas em instituições (escolas, etc.,) que se tenham registado como receptoras desses produtos.
Numa época de grande exigência de gestão e rigor em contas, leia-se competência, onde os apoios comunitários são uma alavanca importante para a recuperação económica do País, as autarquias também têm papel integrante e indispensável no sucesso destes mecanismos e os autarcas não podem descartar as hipóteses que possibilitem a redução da sua despesa, o acrescento em factores que melhoram a qualidade de vida das suas populações e a interacção com os agentes económicos locais com vista ao incremento da economia local.

Por isto não se consegue entender o comportamento de alguns executivos municipais no que toca ao alheamento ou desconhecimento sobre a possibilidade de se articularem e beneficiarem das vantagens destes sistemas.

Assim feita esta introdução, carece relatar os factos.

No passado dia 20 de Janeiro de 2015 foi divulgado na comunicação social que em Viseu “Cerca de 3.500 alunos de 54 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico do concelho de Viseu recebem, a partir de hoje e até ao final do ano lectivo, uma peça de fruta gratuita duas vezes por semana.” 

Mais adiante o autarca entrevistado testemunha que “é importante para o equilíbrio da alimentação que as crianças comam fruta… deve-lhes ser incutido o hábito do consumo de fruta … vamos procurar distribuir fruta que seja da época e da região” e ainda acrescenta “o fornecimento de maçãs, peras, clementinas, laranjas e cenouras é garantido pela Cooperativa Agrícola de Fruticultores da Beira Alta e o investimento municipal será candidato aos apoios disponíveis do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas para este efeito”.

Ainda acrescenta que é feita “a sensibilização das crianças para a importância de uma alimentação saudável e do consumo de produtos locais”.

Quando questionámos o executivo municipal de Alcochete sobre a possibilidade de aderir a este programa e mais tarde sobre os motivos de não se ter candidatado, respondeu que a fruta não era de boa qualidade e só recebiam coisas estragadas!

Perante o relatado e considerando que múltiplas autarquias já se candidatam há vários anos ao programa em parceria com organizações de produtores das suas regiões, inseridos nos sistemas de apoios à agricultura, sob a coordenação e supervisão das entidades do Ministério como é o IFAP, parece-nos que a argumentação do executivo de Alcochete é no mínimo uma desculpa de mau aluno, de incompetência ou de negligência.

A atitude deste executivo é frequentemente traduzida em inércia mas encoberta de uma verborreia demagógica. A sobranceria, o discurso em tom desprezível, a ausência de participação e articulação para promoção de todos os recursos disponíveis e a argumentação bacoca são comportamentos utilizados pelo executivo municipal para esconder a sua incapacidade de responder às necessidades. O objectivo é encobrir a sua incompetência.

Por isto, as crianças de Alcochete não usufruem dos mesmos direitos que muitas crianças do País e os produtores da região não encontram no executivo municipal de Alcochete um parceiro interessado e actuante.

O futuro tem que trazer o escrutínio destes comportamentos. A população de Alcochete tem que ser informada das possibilidades que contribuem para o investimento no futuro e que são bloqueadas pela acção deste executivo e desta mentalidade ultrapassada e sem visão.

Vamos assistindo em cada Assembleia Municipal aos jogos de palavras em discurso retrógrado e fundamentalista, mas o CDS-PP continuará a denunciar todas as responsabilidades que este executivo não assume e que hipotecam o futuro de Alcochete.

Vera Alves


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