Obrigatório PENSAR

Obrigatório PENSAR

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A abstenção e a ausência de participação cívica fazem o caminho para a penhora do futuro de um país.


Quantos portugueses saberão como é gerido o seu município ou a sua freguesia? Em que situação se encontram as contas da sua autarquia? Saberão ainda como podem participar, com a sua opinião, nas decisões que a todo o tempo devem ser tomadas?

A Constituição da República Portuguesa e restante legislação do direito público asseguram os direitos e deveres de todos, consolidando um dos sistemas democráticos mais bem estruturados na velha Europa. No entanto prova-se agora, que não basta uma boa Lei. È necessária a verdadeira participação dos cidadãos, considerando as suas diferenças, crenças, opiniões e aspirações. A democracia vive de participação e de pluralidade.

Analisando a situação atual, cremos estar perante debilidades muito sérias que estarão a colocar em risco a democracia. Uns dirão que, por culpa da troika, se vêm esmagados por decisões que violam a Constituição. Outros escolhem a iniquidade e corrupção para explicar o fosso em que vivemos. Contudo é imperioso analisar o que forçou esta pressão e até algum retrocesso na construção do projeto europeu, que sempre se quis solidário, centrado nos direitos humanos.

As desigualdades foram sempre a génese de todos os conflitos na Europa. Participar na construção do projeto europeu, corresponde a ambições de equilibrar as contas de cada Estado-Membro, de eliminar desigualdades e de promover a partilha de benefícios, tendo sempre como caminho a disciplina financeira paralelamente à vinda de apoios. O que aconteceu em Portugal foi o desgoverno, o endividamento e a má utilização dos apoios. Do poder autárquico ao central, damos conta, agora, de más decisões ou de gestão danosa. Não houve escrutínio ou fiscalização do sistema. Estivemos numa espécie de livre arbítrio.
Não menos importante, o generalizado convencimento da população, que o processo democrático entre fronteiras e a integração na Europa se podia limitar ao ato de voto, legando a poucos o futuro de todos. O futuro, como se vê, está penhorado.

Votar é o direito a participar escolhendo, mas essa escolha deve ser produto consciente e responsável do conhecimento da História da Nação, do processo democrático em curso e ainda mais importante, dos deveres e direitos que nos estão adstritos. Votar é como o início de participação do processo contínuo de funcionamento democrático das instituições. Ora nesta matéria, a formação lecionada nas nossas escolas não está a garantir nem o respeito pela Constituição Portuguesa, nem o devido esclarecimento e tão pouco a participação cívica, consciente e ativa, na vida do País.
A quem interessou o vazio de conteúdos políticos e de formação cívica dos programas escolares do ensino secundário?

Culpas à parte, é tempo da população adulta, tomar consciência que não basta aprovar a Lei de Limitação de Mandatos para assegurar o fim de clientelas e corrupções. Não basta aprovar uma Lei de Finanças Locais para assegurar que determinado executivo municipal faz uma boa gestão económica no seu município. Não basta verificar que determinado processo tem agendamento de consulta pública para ouvir a população. Deve-se garantir que os resultados dessa consulta têm interpretações corretas e aplicação em tempo útil e que as decisões não se resumem a medidas eleitoralistas.
O que afastou os Portugueses de participarem nos processos políticos e democráticos não foi a preguiça ou a desonra de tantos políticos. O que afastou um Povo dos processos de construção do seu próprio futuro foram esquemas de desinformação, de “pseudo representatividade”, de obliteração da massa crítica e manipulação criminosa do funcionamento das instituições.

Não podemos continuar a ignorar que quem tem poder, pode decidir mal. O voto, por si só, não nos garante a boa decisão. È a nossa opinião, a nossa participação que produzirá o bom resultado.
O regular funcionamento das instituições democráticas, desde as assembleias de freguesia, passando pelas assembleias municipais até à Assembleia da Repúblicas, deve a todo o tempo, ser escrutinado e fiscalizado pela população, quer através do seu voto quer na participação de todos os cidadãos em todos os processos de decisão.
Eleger, participar e fiscalizar, devem ser etapas num processo contínuo para o desenvolvimento equilibrado e democrático. São a garantia que não voltaremos a perder a soberania ou a penhorar o futuro.




Concelhia do CDS-PP Alcochete

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Reflexões acerca do Tribunal de Contas. Âmbito de jurisdição. Acórdãos. Recomendações?



Num Estado Social de Direito e Infra-Estrutural, a Lei é a medida de todas as coisas.
O mesmo é dizer que todos, mas todos (e os Tribunais por maioria de razão), se encontram subordinados ao princípio da legalidade. 

Analisando várias decisões do Tribunal de Contas constata-se que, em variadíssimos casos, em nome de uma dada interpretação da legalidade (a sua legalidade) o Tribunal invade, claramente, a reserva (constitucional) de Administração. 
Isto é, não se nos afigura líquido que o Tribunal de Contas afira de uma ou outra interpretação Legal/possível por quem é titular de um órgão da administração (particularmente na Administração Autárquica) e a recrimine ou a sancione tout court

A Lei (e a legalidade administrativa não é excepção) comporta, muitas das vezes, uma ou várias interpretações possíveis e a subsequente aplicação sendo ambas potencialmente válidas. Mais uma vez, entendemos que o Tribunal de Contas se deveria remeter (e limitar-se) ao seu âmbito de Jurisdição (artigo 1º, da Lei nº 98/97, de 26/8 - LOPTC) e consequentemente “produzir” juízos de legalidade contabilístico-financeiras. É essa a sua razão de ser (o controlo da legalidade financeira stricto sensu). Tudo o que vá para além disso (é o que se vê frequentemente plasmado em vários Acórdãos) é, claramente, violar a Lei (âmbito de jurisdição) senão mesmo a Constituição da República. É verdade que em muitos casos os contratos submetidos ou sujeitos a visto prévio podem padecer de vícios no item procedimental, matéria de duvidosa legalidade, etc.…..…Mas, daqui concluir-se, recorrentemente, que determinada decisão/contrato não salvaguarda o interesse público vai uma grande distância. 

Por imperativos constitucionais não é só aos Tribunais que está reservada a prossecução do interesse público mormente numa Administração executiva (ainda) de tipo Francês. Porém, e admitindo que se trata de vícios, quer procedimentais v. g., pré-contratuais, quer da adjudicação e consequentemente do contrato, ainda assim, entendemos que deveria ser chamada à colação uma outra realidade/Instância, que não o Tribunal de Contas, mas sim os Tribunais Administrativos (de plena jurisdição e já não de mera legalidade) promovido pelo M.P. e julgados por juízes, juízes. 
O que, como é bom de ver são realidades completamente diferentes, como é óbvio.
É que somos confrontados com alguma regularidade com decisões/interpretações de tipo tudo ou nadadura lex sed lex – não se tendo presente que a Lei não é um fim, antes um meio para alcançar um fim, e esse é a prossecução do interesse público, ponderando os vários interesses (legais e legítimos) em presença, tendo como pano de fundo os vários factores, rectius, princípios e valores legais e constitucionais, decidir em conformidade (tudo o que sejam boas práticas, contabiliti, etc…., é bonito sem dúvida mas acrescenta muito pouco), uma decisão/interpretação produzida por um órgão da administração é legal ou ilegal. Não há, nem deve haver, meia legalidade, meia ilegalidade. E, consequentemente, ou o visto é recusado ou concedido. A questão das formalidades essências e não essenciais (ou a sua degradação) tem sido muito estudada pelos Administrativistas. 

O mesmo se diga acerca do poder/dever discricionário (que também é um poder/dever legal) uma das faculdades concedidas pela Lei para melhor enquadrar a prossecução do interesse público.
Sou daqueles que pensa que se deve aplicar a máxima de à legalidade o que é da legalidade (bloco da legalidade) e ao mérito o que é do mérito. O Dever de boa administração é um dever jurídico imperfeito, i é, não é susceptível de comportar sanção, a não ser que se invoque a violação da lei, e aí sim, já se invade o campo da legalidade e como tal poderá cair no âmbito de jurisdição do Tribunal. Mas, repita-se, só nestes casos.

É que algumas das decisões (em nome da salvaguarda do interesse público) são passíveis de promovem a conflitualidade institucional sempre desnecessária e a desinformação nos cidadãos menos informados (que são a maioria), podendo ainda contribuir para que num futuro próximo quando se quiser ter autarcas qualificados não os ter – ou estão presos ou temos incompetentes – o que como é óbvio ninguém, rectius, as comunidades desejam.

Por último, mas não menos importante, por muito que procure não sei o que é o Precedente. Pensava eu (mas pelos vistos pensava mal) que o nosso Sistema/Família jurídica era o Romano-Germânico e não o Anglo-Saxónico. Ainda assim, e de acordo com a linha de pensamento dos meus Mestres, continuo a pensar que não estou errado. Uma coisa é o princípio da Legalidade (que também vincula os Tribunais), outra coisa, é Recomendação. Será que a Recomendação (do género..…decide-se conforme anterior Recomendação……..….) tem base legal?, isto é, ou dito de outra forma, onde está a base legal (princípio da legalidade) para decidir com base no Precedente/Recomendação.

Por muito que procure não encontro a base legal onde se funda tal decisão/interpretação. Não encontro espaço, nem LEI para o conceito de Recomendação. Enfim, aqui fica o contributo da minha reflexão.


                                     Manuel Afonso Diniz (Professor Universitário – Direito) Advogado.

A Lei Autárquica,……ter ou não ter Boas Leis. *


      

 O Governo da República acaba de marcar a data das Eleições Autárquicas para o dia 11 de Outubro de 2009. Como é natural, num Estado de Direito, as forças políticas começam, rectius, começaram já a movimentar-se no sentido de apresentarem, quer as melhores propostas, quer as melhores pessoas (rostos) que irão concretizar os projectos/propostas apresentadas ao Eleitorado, caso, obviamente, sejam sufragadas pelo voto popular. 

Se, recorrentemente, se ouvem queixas da falta de qualidade, para uns, falta de seriedade, falta de transparência/prestação de contas, para outros, o facto (objectivo) é que é extraordinariamente difícil gerir a coisa pública e, com o manto de suspeição generalizado, por quem tanto opina, mas, normalmente, pouco faz e tão pouco sabe ou quer saber, o facto é que necessitamos TODOS (País e cidadãos) de pessoas competentes, sérias e consequentemente credíveis. Num País em que tudo se discute (e bem) pena é que os protagonistas não se tenham apercebido de uma grave maleita que enferma a Lei nº 169/99, de 18/9 (arts. 42º a 46º).
       
Vejamos o seguinte exemplo, que se deseja que não aconteça, pois caso aconteça, certamente, não contribuirá para a credibilidade do sistema e consequentemente dos agentes políticos envolvidos. Tim-Tim sério, competente, qualificado e respeitado na sua Comunidade, encabeça uma Lista que se candidata a Presidente da Assembleia Municipal (órgão de grande responsabilidade Municipal). Após o voto popular, Tim-Tim, o men que deu a cara e em quem os Eleitores votaram/decidiram que seria o Presidente da Assembleia Municipal (eleito por voto popular, secreto e universal) e como mais votado será o natural Presidente da Assembleia Municipal? Será exactamente assim? Após a respectiva convocação para o acto de instalação, que visa verificar a legitimidade e a identidade dos eleitos, procede-se, normalmente, ao processo de Eleição do Presidente da Assembleia (que em regra coincide com a eleição de presidente da mesa da assembleia municipal).

Questão é, se por falta de entendimento/senso (e dos superiores interesses dos munícipes) o mais votado nas urnas não conseguir encontrar os consensos/votos necessários e suficientes para ser eleito, pode perfeitamente acontecer o seguinte cenário – Tim-Tim vence nas urnas perde na votação. Portanto a questão que se pode colocar é a de saber que legitimidade prevalecerá, rectius, se pode o voto dos recém-eleitos sobrepor-se à legitimidade que advém do voto popular/urnas.

Do meu ponto de vista e seguindo o pensamento dos pensadores mais qualificados nesta matéria, penso que por muito menos já o nosso Tribunal Constitucional se pronunciou sobre normas que estão em desconformidade com a Constituição da República. Mas, e independentemente do ponto de vista de cada um, o que parece claro, é que uma MÁ LEI pode contribuir para aumentar a desconfiança e o consequente descrédito, levando a um maior afastamento entre os cidadãos e os políticos. O facto é que se tal acontecer (que se não deseja), por muito sério, credível e competente que seja o Tim-Tim (e por isso a população o elegeu), a vida naquele Município poderá passar a ser um inferno, contribuindo ainda mais para o descrédito, da política, dos políticos e o descrédito das Instituições Democráticas. 
As Boas e as Más Leis, (também) podem marcar a diferença...


Manuel Afonso Diniz (Professor Universitário – Direito) Advogado.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Agradecimento


Gostaríamos de agradecer aos oradores pelos excelentes conteúdos e dinâmica imprimida na acção de formação.
Á presença na abertura do presidente da Distrital de Setubal, Nuno Magalhaes.

Abertura
Orlando Rubio - Presidente da CPC Alcochete
Nuno Magalhães – Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP

Oradores
Domingos Doutel – Coordenador Autárquico Nacional do CDS-PP
Pedro Costa Jorge – Assessor do Grupo Parlamentar do CDS-PP Dr. Manuel Afonso Diniz – Professor Universitário/Direito. Mestre em Direito Público – Faculdade de Direito da Universidade Católica.

Encerramento
Nuno Coimbra - Presidente da CPC Montijo

Agradecemos igualmente a presença das seguintes CPC's ( Vila Franca de Xira, Setúbal, Palmela, Seixal, Almada), e aos restantes presentes.
Obrigado

Cumprimentos.

Orlando Rubio Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP Alcochete
Nuno Coimbra Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP Montijo

Link Fotos



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

FORMAÇÃO AUTARQUICA



Caro (a) amigo (a),
No próximo  dia 25 de Janeiro de 2014, a Comissão Política do CDS-PP Alcochete em parceria com a Comissão Política do CDS-PP Montijo, irão organizar uma jornada de formação política no Salão nobre da Junta de Freguesia de Alcochete, de acordo com programa acima indicado.
Do qual desde já agradecemos a cedência do espaço por parte do seu presidente de Junta de Freguesia, o Srº Estevão Boieiro.

A CPC de Alcochete e a CPC do Montijo, consideram esta a melhor forma possível para poderem servir o Partido, os órgãos da Administração Pública Local e Central e, de um modo geral, a sociedade. Por isso estamos convictos de que esta é uma estratégia essencial para aumentar a qualificação dos militantes do CDS.

Ser militante ou autarca do CDS, é uma responsabilidade grande e por isso temos que estar preparados para a representar o melhor possível. Apostarmos na formação de todos os militantes e autarcas, tendo a certeza que estamos a dotar as nossas estruturas de conhecimentos e de competências que são determinantes para a construção de um futuro mais promissor.

Além disso, este Curso permite também estimular o debate político, através da geração de ideias, e da apresentação de propostas concretas para um programa eleitoral. É através da discussão e do envolvimento de todos os militantes e autarcas que iremos conseguir aumentar a qualidade das nossas propostas para melhor servirmos Portugal.


Cumprimentos.

Orlando Rubio
Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP Alcochete

Nuno Coimbra
Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP Montijo

Local e Data
Local: Junta de Freguesia de Alcochete

Rua Ruy de Sousa Vinagre, 2890-090 Alcochete
Data e Hora: 25 de Janeiro – 14h30 / 18h



quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

DECLARAÇÃO DE VOTO

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DECLARAÇÃO DE VOTO
INICIATIVA DO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP-PEV


No seguimento do que já foi afirmado publicamente em vários órgãos (AM, AF), pelos eleitos do CDS-PP, que aqui represento, não posso deixar de saudar iniciativas que deem seguimento a uma proposta apresentada por mim, em 4 de dezembro de 2013.

Proposta essa que apresentei em defesa dos interesses da população de Alcochete, sejam trabalhadores que veem o seu posto de trabalho ameaçado ou utentes que veem a sua vida muito mais dificultada, e que, neste caso, se insurge contra o eventual encerramento do Serviço de Finanças de Alcochete.

E adjetivo desta forma porque a possibilidade de encerramento do Serviço de Finanças de Alcochete não passa disso mesmo, de uma possibilidade, uma vez que tal facto não está confirmado, até à data, por nenhum responsável da tutela, pese embora devamos encetar todas as diligências possíveis para que não se concretize.

E como não possuo, assim como todos os autarcas eleitos pelo CDS-PP de Alcochete, preconceitos de nenhuma ordem, quando se trata da defesa da nossa vila, apoiamos esta iniciativa da bancada parlamentar da CDU/PEV, pois defendemos que nem Direita nem Esquerda possuem o monopólio da defesa dos interesses locais. 


Alcochete, 08 de Janeiro de 2014.



                                                                                   O Vereador

                                                                                    Vasco Pinto

Sessão pública de Câmara.









terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Voto de pesar



O CDS Alcochete vem publicamente apresentar um voto de pesar pelo falecimento da avó do nosso vereador Vasco Pinto, voto esse extensível à sua família.
Que descanse em paz!


domingo, 5 de janeiro de 2014

Homenagem a um símbolo Nacional


O CDS Alcochete lamenta profundamente o desaparecimento de um dos maiores símbolos nacionais. Um homem talentoso e humilde que, conquistando a admiração de muitos, vivia para a sua paixão - o futebol. O CDS Alcochete envia a família, amigos e ao Sport Lisboa e Benfica as mais sentidas condolências.
Vivemos hoje o luto pela partida de um grande senhor do futebol, para além disso um dos nossos melhores embaixadores.
Que descanse em paz!
Para sempre nos nossos corações! Adeus Eusébio! Pantera Negra!



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A demagogia tem sentença anunciada.


Documento - A demagogia tem sentença anunciada.pdf

A demagogia tem sentença anunciada.

A geração de portugueses adultos e em idade ativa, foi presenteada com um prémio, sem que nada tenha feito para o ganhar. Foram os nossos pais, avós e outros antes deles que lutaram por esse prémio; Liberdade e Democracia.
A responsabilidade desta geração é aplicar esse prémio, trabalhar para o desenvolvimento do Pais, garantindo um futuro melhor para as gerações vindouras.
Então Portugal é uma Nação livre e democrática, que em 40 anos soube amadurecer as conquistas de várias gerações? Não, não é. E esse caminho foi esbanjado até pelos que se intitulam protagonistas da revolução.

Dos tempos da denúncia e da perseguição, da tortura e do exílio, não sobram vestígios mas muitos dos que se intitulam democratas, substituíram o antes por sobranceria, mediocridade, compadrio, chantagem, ignorância e preconceito e acobertaram e praticaram roubos, desvios, incompetências que hipotecaram o futuro dos jovens, a segurança dos menos jovens, o desenvolvimento do estado social e agravaram as diferenças entre ricos e pobres. Como foi possível hipotecar o prémio Liberdade e Democracia e em 40 anos, mesmo sob uma Constituição da República apelidada de esquerda, assistirmos ao exercício da política de forma tão demagógica, incompetente e vergonhosamente corrupta?

Na política instalaram-se alguns mais espertos mas parcos de competência, sem escrúpulos ou sem valores. Estão no sistema como os “ocupas”, não contribuindo para o desenvolvimento da sociedade. Não fomentam valores essenciais para a democracia, como o respeito e a igualdade entre indivíduos e constituem cortes de séquitos que vão abanando afirmativamente e mecanicamente as suas cabeças garantindo uma aparência de regime democrático e apoio aos seus regimes.
A Lei é complexa e o Povo não exerce plenamente o seu direito. Já não participa massivamente nos processos eleitorais e não se apresenta escrutinador do poder que elegeu. Estará alheio? É desconhecedor? Será que estamos condenados ao ciclo voto, desilusão, abstenção ou voto de protesto?

É no poder mais próximo das populações, o autárquico, que reside a maior possibilidade de se criar um novo País. Em cada canto um pouco do melhor que Portugal tem. O que de melhor tem nos seus indivíduos, nas suas experiências, nas suas potencialidades, na sua história, nos seus costumes e tradição, mas sobretudo na sua resiliência e capacidade de se superar.
Ao invés, o que se observa no exercício do poder autárquico, é uma espécie de apropriação e manipulação, silenciando quem tem a postura nobre da proposta, da inovação. Aos que vêm de fora, presenteiam com discriminação fazendo-os sentirem-se, que mesmo residindo e participando com os seus impostos, não têm os mesmos verbos, direitos ou legitimidade. Este é o exercício do poder instalado em Alcochete.


Assistindo às Assembleias Municipais, onde a voz dos representantes eleitos pela população e dos próprios residentes deveria ter o seu maior valor, encontramos uma encenação da democracia, de forma patética e de conteúdo duvidoso; É como uma peça de teatro cujas páginas do guião adaptado de obra erudita, foram há muito decoradas mas nunca compreendidas, e como se não bastasse vão sendo rescritas com “vista curta e umbigo grande”, trocando os papéis aos atores de sempre, pouco competentes, pouco empenhados.

O Senhor Presidente da Assembleia Municipal dita regras dispares a cada ato e processo, acrescenta-lhes adjetivos, por vezes tece considerações de cariz sexistas sobre os elementos femininos eleitos, e presta esclarecimentos que não lhe competem. Ao seu papel cabe um personagem de total isenção, mas exerce o cargo de forma vergonhosamente tendenciosa e manipuladora, criando desconforto até nos deputados do seu próprio partido.
Quando tomou posse apelou ao convívio “profícuo e com elevação” mas o que pratica está longe de tais valores.

Na última Assembleia Municipal, para além da extensa ordem do dia, foram propostas e aceites para discussão, verdadeiras minudências e temáticas ultrapassadas que em nada acrescentam valor para os interesses da população de Alcochete; A par de assuntos tão importantes como as Grandes Opções do Plano para 2014 (Orçamento do Município) as Iniciativas Mais Relevantes, as tarifas das águas ou resíduos e ainda tantos outros assuntos que requerem e mereciam ser profundamente debatidos, foi gasto tempo precioso com votações de moções sobre Mandela (não retirando importância á figura internacional, mas este tipo de “efeméride” deveria ser deslocada para um evento próprio para o efeito) ou sobre a lei do horário de trabalho para os trabalhadores em funções públicas, já fiscalizada pelo Tribunal Constitucional e em vigor em todo o universo da administração pública.

A sessão terminou depois das 2.00 horas da madrugada do dia seguinte e foi pobre em teor e debate no que se refere aos assuntos da vida de Alcochete e rica em episódios e atropelos ao regimento.
As manobras de dispersão acautelaram que, a análise e debate de matérias mais complexas, ficasse reduzida a retóricas contra o “Governo da República”, umas vezes abençoando o Tribunal Constitucional outras não, como ia convindo, num processo de esquizofrenia politiqueira.

As verdadeiras questões ficaram por esclarecer: Como e porquê a Autoridade de Gestão do programa PORLisboa, convidou o executivo municipal a “desistir” (segundo afirmou o Sr. Presidente da CM) de projetos já aprovados? Porque é que a Câmara Municipal de Alcochete apresentou tantos projetos e só mostra capacidade para executar cerca de metade destes e ultrapassando prazos previstos, etc.
Quem conhece esta matéria sabe que o PORLisboa não convidou à desistência, como o Senhor Presidente da CM afirmou; O que é regulamentar é que a entidade que aprova estes projetos tenha notificado a CM Alcochete sobre se mantinha a intenção de dar continuidade aos mesmos, dado estarem ultrapassados os prazos contratados no financiamento a fundo perdido, sem notícia de obra iniciada pela CM, em metade dos projetos aprovados. Na gestão dos apoios há que observar, a todo o tempo, a utilidade de manter cativos fundos do programa e do Orçamento de Estado.

O Senhor Presidente também não teve um discurso sério e esclarecedor quando insinua que a responsabilidade desse pretenso “convite” (em vez de notificação regulamentar) foi da iniciativa de um dirigente nomeado pelo CDS-PP enquanto Governo, desprezando o articulado do regulamento e deixando no ar uma suspeita de força de bloqueio ao executivo municipal de Alcochete.
O discurso pouco concreto, recheado de considerações e suspeições políticas sobre a culpa do “poder central” ou a recorrente vitimização do executivo municipal, foram as retóricas gastas e sempre presentes em qualquer esclarecimento do executivo ou intervenção da CDU.
O Senhor Presidente da Câmara não faz um exercício de poder transparente onde, por exemplo, assuma no seu discurso, que a nova Lei das Finanças Locais não foi feita especificamente para o Município de Alcochete, como quer fazer entender. A nova Lei pretende, entre outras coisas, acautelar o endividamento dos municípios e assegurar a distribuição dos sacrifícios em todas as componentes da vida pública do País.

Também não esclarece que o Município aparece nos anais dos mais endividados num rácio per capita, porque gastou e sustentou mais do que o razoável. Que o teto para o endividamento municipal é para todos e que o endividamento dos municípios também é contabilizado no deficit. Que estas dívidas são uma fatia importante que colocaram Portugal sob assistência financeira.
O poder local tem que vestir a cor e a pele da sua gente, defendendo-a mas preparando-a para o futuro e não alimentado uma retórica destrutiva, enfadistada, de anti coesão nacional, preconceituosa e pouco facilitadora do conhecimento das matérias públicas.
É no poder local que deve dar-se início a uma nova era para os processos políticos que legitimará todas as reclamações junto do poder central e que contribuirá definitivamente para o desenvolvimento de um estado social.

A cultura de um povo só resiste se tiver como parceira a cidadania exercida por cada individuo guiado pelos valores da democracia.

Comissão Política Concelhia do CDS-PP Alcochete


Assembleia de Freguesia de Alcochete - 30/12/2013

Assembleia de Freguesia de Alcochete - 30/12/2013

Documento - Declaração de Voto AFAlcochete Plano de Actividades para 2014.pdf


Assembleia de Freguesia de São Francisco - 26/12/2013


Documento Orçamento


Documento Declaração de Voto

Solicitações 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Assembleia Municipal - 27 de Dezembro - Declarações de Voto



DECLARAÇÃO DE VOTO DA BANCADA DO CDS-PP

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA EMPRESA GERAL DO FOMENTO (EGF)

A bancada do CDS-PP compreende a preocupação do executivo municipal, expressa na pessoa do Sr. Vereador Jorge Giro, no que respeita à deterioração dos serviços prestados aos munícipes e da perda de proximidade com as populações caso se verifique a privatização da Empresa EGF e, consequentemente, da AMARSUL.

Contudo, importa esclarecer que a Lei nº 35/2013, de 11 de Junho, que alterou a Lei da Delimitação de Sectores, refere, como uma possibilidade – e não uma inevitabilidade – a subconcessão a privados, não estando definido, nem tão pouco anunciado, o objetivo da subconcessão dos serviços públicos de água e saneamento a entidades privadas.

O debate sobre a água não passa, em nosso entender, pela propriedade, mas sim pela correcção das disparidades entre litoral e interior, por uma eficiente gestão das dívidas dos municípios, pelas que devem ver reflectidos os valores investidos, em suma, pela travagem de uma eventual insustentabilidade do sistema.

A reestruturação do sector visa, assim, a promoção do equilíbrio tarifário e resolução do défice tarifário acumulado, o que por si só não é sinónimo de subconcessões e, muito menos, de privatização destes serviços.

Aliás, gostaria a bancada do CDS-PP de referir que a participação de capitais privados no sector da água não é novidade, tendo em conta modelos de gestão do sector da água já implementados em alguns municípios portugueses, a exemplo do que se passa no Município de Setúbal, modelo implementado pelo PS e seguido pelo executivo CDU nos últimos anos, que assenta na atribuição de concessões a entidades privadas (Águas do Sado).

Entende a bancada do CDS-PP que o bem em causa, a Água, tem um valor social, económico e jurídico que deve ser preservado e mantido sob a esfera do poder público, mas importa garantir também, condições que evitem o acumular de dívidas aos sistemas multimunicipais de águas e resíduos, tornando o sistema sustentável.

Em conclusão, e por não aceitar a interpretação que é feita pela maioria da CDU-PEV do teor da Lei n.º 35/2013, de 11/06, interpretação que está implicíta no teor da moção apresentada, decide a bancada do CDS-PP votar contra.


Alcochete, 27 de Dezembro de 2013

                                                                                              A BANCADA DO CDS-PP


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DECLARAÇÃO DE VOTO DA BANCADA DO CDS-PP

GRANDES OPÇÕES DO PLANO; PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS; ACTIVIDADES MAIS RELEVANTES PARA OS ANOS DE 2014-2017; ORÇAMENTO PARA O ANO DE 2014 E MAPA DE PESSOAL PARA O ANO DE 2014

Da análise dos documentos postos à votação nesta Assembleia, e tendo em conta que tratam de matéria complexa e fulcral para a vida do Município, ressalta, antes de mais, alguma escassez de concretização, ao nível das opções políticas de fundo, em evidência nas Grandes Opções do Plano e no mapa das Actividades Mais Relevantes para 2014, sendo que a maior concretização que encontramos, aquando da decomposição de algumas rubricas, é a divisão que vemos neste documento em despesas correntes/de capital, e equipamento básico vs equipamentos diversos, sem uma concretização expressa das políticas escolhidas e o custo das mesmas, e isto tanto nas funções gerais como nas funções sociais.

Têm elevada expressão no mapa constante das GOP, a elaboração de projectos o que, a constituir despesa autónoma dos recursos humanos do Município, demonstra a não capitalização dos seus quadros técnicos, com recurso a serviços de planeamento estratégico e outsourcing, cuja indispensabilidade também não é aqui demonstrada.

Quanto ao mapa das Actividades mais Relevantes, também este documento carece de concretização, faltando-lhe um “Plano - Programa”, que esclareça e decomponha as opções do Executivo para 2014.

No que ao Orçamento do Município para 2014 diz respeito, e sendo certo que se tratam de documentos previsionais, cuja execução será devidamente acompanhada, não pode a bancada do CDS-PP deixar de assinalar que o esforço de contenção, por parte do Município, pode ir mais longe, e isto porque, apesar de reconhecermos que uma divisão com 17 funcionários precisar de estabelecer comunicações, no decurso da sua actividade, esta necessidade não pode justificar uma despesa de € 150.357,00 anuais, ou mesmo que uma divisão com 33 funcionários preveja gastar € 42.000,00, em despesa do mesmo género, assumindo a bancada do CDS-PP, desde já, o compromisso de acompanhar a execução orçamental do mesmo.

Nesta conformidade, e atendendo ao supra exposto, estando esta bancada consciente da legitimidade do executivo municipal, proveniente do resultado eleitoral de 29 de Setembro, e não querendo ser oposição por oposição, até porque da aprovação deste orçamento depende o pagamento de serviços a fornecedores, decide a bancada do CDS-PP abster-se na votação do ponto n.º 6 da ordem do dia.


Alcochete, 27 de Dezembro de 2013

                                  A BANCADA DO CDS-PP