Obrigatório PENSAR

Obrigatório PENSAR

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Não esperem... pode ser tarde...

No outro dia entrei num grande supermercado. Entre outras coisas queria comprar uma garrafa de vinho. Senti orgulho por reconhecer tantos rótulos, alguns premiados internacionalmente e pensei que uns tantos euros para um maço de cigarros também compram um vinho português de excelente qualidade.
Este é um exemplo onde a persistência e a fé de muitos produtores desse néctar, já deu mostras de se sobrepor às maiores dificuldades.

Se prestarmos atenção ao azeite, percebemos que também aqui, para além de sermos praticamente auto suficientes na produção, encontramos rótulos nacionais premiados e não podemos esquecer que temos fortes concorrentes em alguns dos nossos vizinhos europeus.
Existem ainda as frutas, o mel, a carne de bovino autóctone, as conservas e tantos outros exemplos onde lhes reconhecemos qualidade.

Então surgem-nos perguntas:
Porque ouvimos tantas dificuldades vividas no sector?
Porque é que quando falamos de agricultores portugueses, na sua maioria, falamos de idosos?
Porque motivo os cidadãos desconhecem as políticas agrícolas para a Europa e para Portugal?
Porque não interiorizamos que a agricultura não é para “gente pobre” e sem outra saída no mercado de trabalho e não a vemos como uma actividade económica com elevado potencial de criar riqueza em Portugal?
Por último, porque motivo a terra portuguesa nas mãos de espanhóis, holandeses, ingleses e outros é apetecível e é instrumento de criação de riqueza e nas mãos de muitos portugueses ainda não vingou?
Somos um povo recentemente saído do subdesenvolvimento. Os tempos em que a agricultura familiar só podia garantir alimento ao agregado, ou onde imperava um sistema quase feudal, onde a mecanização e os apoios não existiam, não estão definitivamente apagados da nossa memória.

A sociedade em geral não despertou. Os programas escolares e os média não deram a atenção devida ao potencial desta actividade e até os discursos políticos de alguns ex-governantes criaram a ideia de subsídio dependência do sector; uma imagem distorcida das Politicas Agrícolas.
 Em paralelo com estes obstáculos observamos desde há muitos anos, problemas estruturais e funcionais dos sucessivos ministérios da agricultura e do ambiente que têm permitido a existência de sistemas inoperantes, desajustados e desfasados da realidade da agricultura e agravadamente distantes da sua missão; servir o sector e os seus agentes.
O produtor português debate-se com custos de produção superiores á média europeia e com os problemas de escoamento do produto numa realidade de verdadeira porta aberta aos produtos de países onde a agricultura é sinónimo de produção intensiva, competitiva e lucrativa.

O interior rural está desertificado e o sistema de apoios é intrincado, burocrático e pernicioso.

O CDS PP soube desde sempre que orientar e promover, contribuindo para a organização e expansão, é a verdadeira acção no caminho para o desenvolvimento sustentado da agricultura e das pescas. Essa mensagem que transmitiu ao eleitorado interessado granjeou muitos votos dos agentes do sector e até a colaboração de muitos cidadãos em propostas concretas para actuação futura. Passemos então á acção!

Em Concelhos como Alcochete, Montijo, Moita e Palmela cujos potenciais de desenvolvimento da actividade são elevados, urge actuar.

É preciso conhecer as áreas, os mercados, as aptidões agrícolas e as pessoas interessadas em investir.
É preciso esclarecer e assessorar estes investidores nas matérias complexas e no rigor dos apoios comunitários e nacionais e sobretudo é fundamental esclarecer que estratégias devem ser definidas para que não ocorram retrocessos.
Mesmo em tempos de profunda crise nas finanças públicas, não se pode permitir que, por exemplo, os programas de apoio á instalação de jovens na actividade agrícola sirvam apenas para discurso politico que só anuncia medidas incentivadoras convidando os jovens a investir, criando-lhes a expectativa do pagamento dos apoios em prazos que nunca se concretizam asfixiando-os e afinal provocando-lhes a falência em vez do crescimento. É necessário um discurso frontal e realista.

Em tempos de “vacas gordas” distribuíram-se apoios sem estratégia e sem controlo eficiente. A máquina “engordou pachorrenta” e tornou-se um polvo (muitos braços e longos) inoperante e agora mais do que nunca, é preciso tornar todo o sistema eficiente, sustentado e útil.
Do mesmo modo também cabe aos cidadãos e em especial aos militantes que estão envolvidos tecnicamente ou economicamente na actividade, apresentar propostas adequadas para que os resultados sejam ajustados. Tal só é possível se encararmos a filiação partidária como uma responsabilidade para contribuir e convidar a contribuir outros cidadãos que possam incrementar as propostas para os Concelhos, para os Distritos ou até para o País.

No Distrito de Setúbal, onde se tem vivido os resultados do poder letárgico, sem acção progressista, sem inovação e alérgico á livre iniciativa, o CDS PP tem lugar para uma acção de ruptura que marcará a viragem.
É tempo de acção.
É tempo de construir com cada um, para todos.

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